Da dependência à Independência.


Por Claudia Fabiana de Jesus – Psicóloga/ Mestre em Psicologia da Saúde – clafaje@hotmail.com


Este mês se refere a uma data importante: 7 de setembro! Dia da Independência do Brasil. E assim, este escrito foca-se na questão da independência x dependência relacionada ao consumo de substâncias psicoativas. A temática dependência e independência podem ter diversos aspectos a serem discutidos e aqui será discutida a partir de certo viés.

A dependência se refere à sujeição, a subordinação e diz respeito ao indivíduo que não tem recursos próprios, de forma geral, e vive a expensas do outro. A independência é algo importante no desenvolvimento do ser humano e não tão simples de ser conquistada.

O ser humano nasce e é o ser mais dependente da mãe, do outro, necessitando de seus cuidados. Um ser que depende do outro para sobreviver. A dependência se mantém na infância, na adolescência se questiona em alguns pontos desta temática, mas, ainda predomina a dependência. No período da fase adulta se pontua a prioridade da independência. O ser humano se desenvolve, sai da dependência e se dirige para a independência, como um país que ganha sua autonomia e se torna independente do outro, podendo se autogerir.

Há diferentes aspectos da dependência. Cita-se a dependência econômica, financeira e a dependência emocional, as quais podem estar ligadas uma a outra ou não, porém, foca-se neste escrito a dependência emocional x independência emocional.

Muitas vezes, o adulto apresenta além da “dependência química” a dependência emocional e este é um ponto fundamental a ser trabalhado. Há pessoas que ate conseguem buscar e manter a abstinência do álcool ou do uso de drogas, contudo, apresentam uma dependência emocional significativa. Uma pessoa que precisa da aceitação e aprovação do outro, da mãe, da esposa, de uma instituição, ou da sociedade, apresentando dificuldade em estar mais seguro em suas próprias escolhas, não assumindo riscos e, assim apresentando dificuldades em inventar o seu próprio futuro.

O indivíduo independente é aquele que tem como referencia de sua vida ele mesmo, não que ele não precise dos outros, mas ele não depende. Percebe-se no desenvolvimento do ser humano e de nossa sociedade um estímulo à dependência, pois quando uma pessoa se assume e é independente isso aparenta ser “egoísta” alcançando um cunho negativo. Também, se observa que atrás da dependência do outro, alguém que se responsabilize pelo outro cuidando deste outro e assim pode ter uma questão de controle frente a este outro.
Quando alguém depende do outro pode ficar submisso ao outro e acaba não se responsabilizando por si mesmo e pelas escolhas.

Há, também, as pessoas que apresentam dependência emocional e não desejam sair desta posição, alimentando a relação simbiótica com o outro, contudo, há um “preço alto a se pagar” ficando na posição da dependência.

Comentários

Postagens mais visitadas