O QUE DESEJAR PARA O PRÓXIMO ANO?
Consumo de substâncias
psicoativas, a saída de uma repetição e a invenção de um novo.
Por
Claudia Fabiana de Jesus - clafaje@hotmail.com
Datas do
final do ano representam muitas significações e variam a partir da
subjetividade, do contexto histórico, questões culturais e religiosas, entre
tantas outras. Contudo, ressalta que é uma data propícia a refletir sobre as
metas, sobre o ano vivido, sobre renascimento, sobre a representação da vida,
sobre as expectativas futuras, enfim, repensar sobre si mesmo.
Estas
questões aparentam ser algo tão comum a se pensar, mas se percebe que as
pessoas focam mais em questões concretas, objetivas, voltadas mais para
aspectos financeiros e em menor valência fatores mais subjetivos e emocionais.
Quando se pergunta a uma pessoa o que ela pensa acerca do final do ano e o que
se busca no próximo ano é mais comum trazer aspectos quantitativos e materiais.
Ressalta
na importância deste momento do fechamento do ano se as pessoas pudessem
repensar acerca de si mesmas, de como fizeram as escolhas, do que carregaram na
vida e influenciaram de forma negativa, sobre as próprias metas e anseios ou
acerca dos pontos positivos, e diante de tantos questionamentos refletirem de
como viveu a vida neste ano de 2013. E a partir disso perguntarem-se como se
sentiram em relação a si mesmas.
Estas
questões, também, precisam ser refletidas e discutidas nas pessoas que consomem
substâncias psicoativas as quais, muitas vezes, só ficam focadas em tratamento,
na abstinência total, nos medos acerca da representação do final do ano e mesmo
em aspectos positivos continuam repetindo com o receio de pensar e de viver
algo novo que seja construtivo. Enfim, muitas vezes nem se acredita que se pode
viver a época do final de ano de forma satisfatória e com possibilidades de
inventar um novo ano a partir de uma nova versão de si mesmo ou de si mesma.
Reforço
que não há como pensar o campo do consumo de substâncias psicoativas sem
refletir sobre a própria vida do sujeito. E nesta época, de fechamento do ano,
isto surge de forma mais marcante, pois é um momento de balanço pessoal. Diante
das questões ligadas ao consumo de drogas/ álcool se faz importante não deixar
de refletir sobre a vida singular e suas vicissitudes, pois o medo de pensar
pode fazer com que o sujeito se assujeite e não se implique nas escolhas
cotidianas.
Por mais que seja complexo, se reforça o convite para a partir
deste momento de fechamento anual, de o que se deseja para o próximo ano a
partir do que já se vivenciou, seja a possibilidade de saída de um modo
repetitivo de vida para a invenção em um modo singular. Isto é possível, porém, o sujeito se
responsabilizará em acreditar nisto ou não. Que novos modos de satisfação na
vida sejam vivenciados e que o desejo “desejado” possa ser bem vindo.
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